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  • Foto do escritorDaniela Barros

Conversando com as crianças: construindo pontes entre cérebro direito e esquerdo

Atualizado: 28 de jul. de 2020



Nesses tempos de pandemia estamos mais perto das crianças, já são quase dois meses sem aulas e atividades complementares. Lidar com a energia, emoções, desapontamentos dos pequenos requer de nós uma atenção especial.

Acredito que o conhecimento sobre o funcionamento cerebral possa embasar algumas ações e tomadas de decisão.

O cérebro é composto por dois hemisférios, o esquerdo e o direito. O hemisfério esquerdo está relacionado às questões de ordem, lógica e linguística. É linear, põe as coisas em ordem, adora listas. O hemisfério direito é mais abrangente, não verbal. Sua comunicação se dá principalmente por expressões faciais, contato visual, tom de voz, postura e gestos, é mais intuitivo e emocional. A comunicação entre os dois hemisférios é intensa e permite a integralidade, sem que haja uma inundação ou deserto emocional.

Em tantos momentos percebemos que as crianças estão incomodadas, com reações exacerbadas, tensas por terem muitas tarefas escolares a serem cumpridas, ou as menores muito tempo sem se relacionar com outras crianças na creche. É fundamental voltar a atenção às emoções dos pequenos, reconhecendo seus sentimentos, mesmo que nos pareçam sem sentido. Construir pontes entre nosso lado direito e o lado direito das crianças possibilita uma conexão emocional, sentem-se acolhidas, pois entramos em sintonia com os sentimentos delas.

Uma vez que houve essa conexão dos “lados direitos” podemos redirecionar a situação com o lado esquerdo e usar argumentos lógicos (de acordo com a idade) e planejamento para tentar resolver o problema. Nem sempre é tão simples, pode ser que haja uma inundação emocional em que tenhamos que deixar as “ondas” arrebentarem na praia e depois buscar a aproximação.

Na prática umas das melhores estratégias de integrar o lado esquerdo e o direito é contar histórias. As crianças podem contar ou desenhar as histórias que viveram. Às vezes não conseguem, então os adultos podem ajuda-las a recontar a história nomeando as emoções. Rotular as emoções reduz a atividade das redes neurais do hemisfério direito e acalma.

Construir pontes pode ser uma ótima estratégia para aprimorar a nossa conexão! Algumas dicas: - Proporcionar a hora da contação de história, onde as crianças podem contar suas próprias histórias. - Criar um painel de desenhos na parede de casa. - Promover espetáculos de teatro em casa, de preferência que as crianças criem suas indumentárias. - Montar um cérebro de papel, de massinha de modelar ou de argila explicando brevemente como ele funciona. Para saber mais: Siegel D, Bryson T. O cérebro da criança. 7ª reedição. Ed nVersos, São Paulo, 2019.


Dr.ª Daniela Martí Barros

Pesquisadora, professora e palestrante




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