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  • Foto do escritorDaniela Barros

Em homenagem ao outubro Rosa: Redescobrindo a vida



Foi na mesma sexta feira, 27 de julho de 2007, dia do acidente do avião da TAM que ao fazer um exame de rotina tive a notícia de que havia ali algo a ser analisado. Impactada pelo cenário nacional onde quase 200 vidas se foram senti que a minha também poderia estar em risco.


Poucos dias depois veio a sentença de CA de mama. Quando completava um ano que minha mãe tinha sido diagnosticada com CA de colón e que veio a falecer dois meses depois. Eu sequer tinha assimilado a orfandade, pois meu pai também havia partido de câncer já há alguns anos.


Experimentei muita revolta, raiva que na verdade escondia um grande medo por ter a vida ameaçada. Relutei para fazer quimioterapia, não queria perder os cabelos, que significava perder a minha identidade, além do medo dos efeitos colaterais. Para completar o cenário o meu marido, recebeu o diagnóstico da sua segunda endocardite e internamos no mesmo dia do nosso aniversário de casamento. Ficou muito forte a nossa promessa ...”na saúde e na doença”.


Por outro lado, jamais me senti só. Desde adolescente conheci a Espiritualidade da Unidade do Movimento dos Focolares e minha assistente espiritual que sempre esteve presente me fez “enxergar” que também isso que eu estava passando era amor de Deus (mesmo se eu não compreendia). Fui aos poucos aceitando fazer o tratamento, usei peruca, não tenho nenhuma foto sem cabelo e acho até que nenhuma lembrança na memória.


Fui acompanhada por uma equipe médica e psicológica que só tenho a agradecer pela competência e a capacidade de “estar perto de mim”.


Aos poucos o tratamento foi evoluindo, fui devagar readquirindo as forças, depois de alguns meses voltei a trabalhar com uma “garra” que acredito que não tinha antes.


Hoje são 13 anos (continuo com friozinho na barriga cada vez que vou fazer exames), a tempestade passou, amadureci muito, me sinto capaz de compreender o sofrimento das pessoas, de dar mais atenção para mim, me cuidar, ter autocompaixão e sobretudo ser grata a Deus, a todas as pessoas que me acompanharam na caminhada espiritual, psicológica e no tratamento.


Sigo redescobrindo a vida!


Dr.ª Daniela Martí Barros

Pesquisadora, professora e palestrante




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