A expressão #maternidadenolattes representa uma enorme conquista para as mães cientistas. Conciliar a maternidade com a academia não é tarefa fácil. No Brasil a grande maioria das cientistas estão nas universidades. Ser mãe e harmonizar as demandas da sala de aula, das atividades extensionistas, do laboratório, da busca incessante de fomento para manter os alunos de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós doutorado e ainda publicar em revistas de impacto científico requer um esforço hercúleo. Fui bolsista produtividade 1D do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPQ e vivi todas essas facetas.
Sou neurocientista, professora titular aposentada de farmacologia e neurociências da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Durante os 27 anos em que atuei na FURG, onde recebi um grande apoio para levar em frente a ciência, coordenei o LabNeuro e orientei mais de 100 alunos entre iniciação científica, mestrado, doutorado e pós doutorado. Desenvolvi muitas atividades extensionistas que proporcionaram a aproximação das neurociências da comunidade, principalmente alunos e professores do ensino básico.
Ser professora e orientadora vai muito além das questões científicas, os alunos trazem situações pessoais que nos sentimos envolvidas como se fossem nossos filhos, aí continuamos exercendo a maternidade.
A conquista que podemos comemorar hoje é que o currículo Lattes permite inserir a licença maternidade. Todas sabemos que a chegada de um filho vai muitíssimo além dos meses de licença maternidade, porém poder “oficializar” isso nos permite comunicar que estamos com uma demanda diferenciada que não se pode contabilizar somente em trabalhos publicados
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Posso dizer que venci, gerei e criei nossos filhos biológicos, com a paciência e disponibilidade do meu marido, e quantos outros que até hoje quando comemoram suas conquistas ou enfrentam seus perrengues não deixam de me ligar.
Dr.ª Daniela Martí Barros
Pesquisadora, professora e palestrante