O dia nem raiou e já começam as mensagens e figurinhas encaminhadas freneticamente saudando o “Dia das Mulheres”. Experimento um misto de alegria e tristeza, afinal de contas é bom sermos lembradas, por outro lado, todos os dias são nossos dias. Estamos sempre ali, na lida da casa, nas escolas, nos laboratórios, nos hospitais, nas universidades, nas organizações privadas e públicas, na política, na riqueza e na pobreza protegendo nossos filhos.
A nossa voz aos poucos é mais ouvida, mesmo nos maiores absurdos. Paola Schietekat, mulher mexicana que trabalhava para o governo do Catar em preparação da Copa do Mundo é condenada por denunciar abuso. É umas das tantas que sofrem esse tipo de agressão e o autor do crime fica impune.
Na esteira do reconhecimento e oportunidades, o secretário-geral das Nações Unidas destaca a necessidade de um esforço visando a participação das mulheres em cargos de liderança e tomada de decisão, sem o qual prevê em torno de 130 anos para alcançar a paridade de gênero. Ainda, segundo dados do Banco Mundial, somos 2,4 bilhões de mulheres que não tem os mesmos direitos econômicos que homens. E por aí vai.
Não resta dúvida que nossas vozes são mais vulneráveis e nossas forças são incalculáveis na promoção da saúde, no cuidado, na sustentabilidade, na defesa da paz, na mediação de conflitos. Continuamos galgando esse árduo caminho.
Feliz Dia da Mulher!
Dr.ª Daniela Martí Barros
Pesquisadora, professora e palestrante