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Neurociências e Naturologia: aproximação baseada em evidências



Considerando a complexidade do ser humano e as quatro dimensões em que está alicerçada: biológica, psicológica, social e espiritual, a busca constante da qualidade de vida e de uma visão holística do indivíduo se faz necessária.


A fim de promover o acesso de forma integral dos indivíduos em termos dos cuidados da saúde, no Brasil, foi lançada em 2006, pelo Ministério de Saúde, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS. A política recomenda a implantação e implementação de ações e serviços no SUS relativos à medicina tradicional chinesa, acupuntura, homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia, termalismo e crenoterapia, bem como medicina antroposófica, a fim de propor o cuidado continuado, humanizado e integral em saúde. Como toda a inovação há a necessidade de monitoramento e controle. Hoje há um descompasso entre o que se registra nos sistemas de informação com relação às práticas integrativas e complementares e o que realmente é praticado, o qual pode se dever à indefinição do escopo do que se compreende como práticas integrativas e complementares, limitando a sua mensuração e avaliação. No Brasil existem somente três cursos para a formação de profissionais em nível de graduação, em Naturologia. O naturólogo é um profissional com visão ampliada e multidimensional do processo vida-saúde-doença, considerando aspectos físicos, emocionais, mentais, ambientais, culturais, espirituais e sociais. A relação terapêutica em Naturologia é denominada interagência, postura integrativa e transversal entre naturólogo e o individuo atendido.


Recentemente tive a oportunidade de participar do XII Congresso Brasileiro de Naturologia em Joinville/SC, cujo tema foi “Naturologia baseada em evidências”. Na ocasião, apresentei uma palestra aproximando indícios entre as áreas de neurociências e naturologia, em especial a aromaterapia. Um dos trabalhos apresentados foi a recente revisão publicada no periódico Neural Regeneration Research (2018), onde foi demonstrado que utilização de óleos essenciais de lavanda, camomila, manjerona e alecrim reduzem a agitação em pacientes com Doença de Alzheimer, bem como apresentam efeito sinérgico com medicação alopática. Outras evidências foram apresentadas em trabalho publicado em 2018 no Journal of Ethonopharmacology, com a utilização de óleo essencial de lavanda em animais submetidos ao aprendizado aversivo. Os resultados mostraram que os animais expostos, por via inalatória, ao óleo essencial de lavanda em diferentes concentrações reduziram o comportamento de “congelamento” no teste de medo contextual, bem como houve a redução da ansiedade. Esses achados são importantes, pois sugerem que a aromaterapia com óleo essencial de lavanda poderia ser uma forma clinicamente eficaz de prevenir o medo antecipatório, presente nos transtornos de ansiedade.


Finalizo ressaltando a importância da naturologia na formação de profissionais capacitados para práticas integrativas e complementares e sua integração com diferentes áreas, entre elas as neurociências, visando à promoção integral da saúde.



Dra. Daniela Martí Barros

Pesquisadora, professora e palestrante




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